sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Agulhas, por que elas existem?


 Quando eu tinha cerca de 5 anos, lembro de uma tarde muito quente em minha casa,
Eu Estava com Karla, Meisa e Nadja brincando na sala da minha casa, lembro-me que Valdenia, a babá que cuidava de nós naquela época se divertia bastante com as nossas invenções. Nós achávamos fantástico imitar os personagens da novela chiquititas. Não me recordo bem, mas lembro que quando escolhíamos algo para brincar, era a chiquititas a nossa primeira opção. Era uma tarde e estava muito quente, talvez por isso não tenha ligado para algumas coisas que eu sentia, um tipo de fadiga, uma quentura nas pernas (na verdade era um pouco de dor), estava muito quente e eu realmente não estava confortável para brincar uma das minhas brincadeiras preferidas, eu não estava aproveitando aquela tarde com as crianças mais legais que existia. Continuei a tentar lutar contra aqueles sintominhas besta, afinal eu tinha apenas 5 anos e a minha vontade de brincar era bem maior. Logo estava eu com muita dor na barriga, e eu achava que realmente estava precisando ir ao banheiro, pedi pra Valdenia sultimente me ajudar à ir ao banheiro, passei ‘’horas’’ no sanitário sentindo dor, mas não acontecia nada. Foi então que Nadja teve uma idéia brilhante de juntar duas cadeiras de praia que nós tínhamos para que eu deitasse (acho que ela realmente queria que aquilo fosse uma cama e de hospital, rsrs) lembro que eu sentia muita dor mas alguém me ofereceu café para que a dor passase ( ah ta! Elas continuavam brincando, mas agora passaram a brincar de médicas, enquanto eu realmente estava sentindo dor).

Mais tarde quando a mamãe e o papai chegaram, resolveram me levar ao hospital, para saber daquela estranha dor que eu havia sentido e a minha reação foi algo terrível, na minha mente havia muito um medo muito grande, quando criança eu associava que o hospital era um castelo mal, e que lá só trabalhavam bruxas. Naquela hora a dor já havia passado. Lembro-me que os médicos me disseram que era algo qualquer, que mamãe não se preocupasse. Logo o medico passou de um monstro mal para um anjinho muito bom, haha.

Por volta de 6 meses depois eu senti aquela mesma dor, muita estranho eu gritava muito, eu não entendia por que minha barriga doía tanto, mas logo me vinha a mente o ‘’castelo de bruxas’’, me levaram as pressas ao hospital, então começaram  a dar muitas folhas pra minha mãe, e eu estava atenta a tudo, eu sabia que  aquelas folhas significariam muito para mim e não era nada bom. Enfim, saímos da sala e mamãe não me falava nada, eu pedia muito pra não levar injeção, era o que eu mais gritava dentro e fora de mim. Saimos da sala do médico e nos dirigimos à outro setor do hospital, cada passo era uma sensação diferente, logo escutei gritos, berros, olhares baixos, e muitas figuras ilustrativas na parede, brinquedos.

- Nayanna Trévia?
Disse a enfermeira do setor.

- BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ, VOCÊ É UMA BRUXA QUE SUGA MEU SANGUE!!! BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁ
   


Era isso que eu dizia com as tadinhas das enfermeiras antes mesmo delas aplicarem algo em mim, apenas em ouvi-las anunciar a minha vez.
 Três pessoas me seguravam para que a enfermeira pudesse colher meu sangue, eu gritava, me batia, corria, fazia uma escândalo (era muito feio aquilo), daquela maneira eu achava que escaparia daquele terrivel dia.. e depois que terminava toda aquela euforia as lagrimas iam desaparecendo, Logo mamãe fixava o olhar serio dela nos meus olhos e logo eu entendia que ela estava me ordenando a pedir desculpas a todos. Mamãe e papai nunca precisaram me bater, mas aquele olhar era como se fosse uma pisa na alma! E de doida eu passava a ser uma doce menina, OMG, penso como era ridículo aquela cena de berreiros.

Enfim, logo descobriram que eu tinha uma hérnia umbilical e também eu logo soube que eu precisaria operar, ou seja, isso anunciava que MAIS INJEÇÕÕÕÕES estavam por vim, OMG!!!

A hérnia foi retirada à cirurgia foi um sucesso, a cada injeção um berreiro e a ideia que hospital era um castelo sombrio não saia de mim.
 Os anos se passaram. Com 18 anos eu tive uma noticia que mudou a minha vida, o Câncer.
O meu corpo estava lá, pronto para entrar em uma batalha, assim como Davi, pronto para derrotar Golias. Era sexta feira em uma tarde e as pessoas que me amavam estavam lá, dentro do quarto, fora, não importa, elas só queriam está perto. Não era apenas mais uma dor na barriga, Valdenia não estava lá para me ajudar a ir ao banheiro, eu não era mais apenas uma criança com 5 anos a brincar de ser uma chiquitita e dessa vez o médico não falou para a mamãe não se preocupar, ele direcionou a noticia para mim e disse

- Anjinho, você tem câncer e eu terei que te protocolar alguns remedinhos que pode doer, mas você vai ficar bem!
Disse o médico.

E aquele pensamento de quando eu era apenas uma criança, voltou a minha mente

- eu vou naquele castelo e terá alguns ‘’monstros’’, eles sugaram meu sangue :O
- E como será? Como eu vou reagir? Eu sei que vai doer e eu estou com medo.
-  MEDO do maior e mais terrível monstro, a AGULHA!

Parece louco mas naquele momento eu não queria saber do câncer, eu tinha medo era da agulha. As minhas experiências com elas nunca foram legais, eu sempre quis tê-las, mas bem longe de mim!

Os dias passaram-se e um amontoados de papeis verdes foram se amontoando sobre a minha cama, eram guias de exames, dentre eles muito exames de sangue. Mas eu precisava enfrentar aquele medo, e a cena de Davi ao estar de frente com Golias me veio a mente. E será que Davi não estava com medo? Afinal Golias era um gigante e Davi não passava de um ‘’pivete’’, acredito que Ele estava realmente com medo, mas decidiu confiar e enfrentar, e ai todo mundo já sabe o final ..

Hoje quase 3 anos após aquela tarde de sexta-feira enfrentei  varias injeções e por todas as partes, na cabeça, no pescoço, nos braçinhos, pulso.. e eu vejo o quanto eu amadureci ao confiar no invisivel e enfrentar o meu medo. Aquilo que era, hoje já não é mais.
O castelo de monstros, hoje é um lugar agradabilíssimo, aquelas das quais eu chamava de bruxas, são doces mulheres vestidas de branco. Não existe mais berreiro, mamãe e papai não me olham mais como aquele olhar para me disciplinar. A dor hoje é diferente, essa missão é minha. Tudo há um propósito e a dor me fez melhor. As vezes‘’converso’’ com minhas veias antes de ir a clinica colher sangue e logo peço que elas se comportem, não quero ser furada mais que uma vez, haha. A agulha ainda dói, e às vezes choro quando sei que preciso passar uma temporada em contato com elas. Mas tudo mudou,  não é como antes e nunca mais será.

Enfim, as agulhas me fizeram vê o quão forte eu sou!

Bjs,
 Nay.




                         

terça-feira, 10 de setembro de 2013

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    Lindos, tenho andado com o tempo tão corrido, todos os dias lembro de vim aqui postar e quando vejo o dia já acabou e não tenho o feito (coisas de nayanna) haha.
  Depois daquele mês de junho de todas aquelas correrias pra liberar exames, autorizar internação, medicação chegar ao Brasil.. eu sai do casulo pra voar pra bem longe dele, rsrs. Passou muito rapidinho o tempo, ja faz dois meses que eu sai do hospital e ja terei que voltar de novo. Dessa vez sem nenhum procedimento protocolado pro meu corpitio, apenas pra ver se há algo ruim em atividade (oq não terá. fato!)

 Nesses dias eu parei pra refletir nesses ultimos 970 dias, e é incrivel como a vida não parou por que o câncer chegou. Sou tão grata por ter uma familia que não me tratou como uma ''tadinha'', claro, em alguns momentos tiveram que colocar ''freios'' nos pés da Nayanna, mas nunca me impediram de viver e lutar pelos meus sonhos. Grata pelas exortações em amor daqueles que me amam, isso me fez entender, que todos somos diferentes, alguns com limitações e outros não.
 Incrivel como há 11 anos atrás eu estava escolhendo uma roupinha pra usar no meu aniversario de 10 anos e hoje há poucos dias eu completei 21 aninhos de vida. Como ja disse uma grande amiga, O tempo é um presente. Presente para aprender a refletir, conquistar e avançar. O tempo atrás foi-se depressa. e o tempo hoje, irá acompanha-lo. Grata pelo tempo que ja se foi, e animada pelo tempo vindouro que será a oportunidade unica de fazer diferente!

e para terminar eu tenho que confessar que estou com um friozinho na barriga de ir ao hospital, porque claro, haverá aquelas situaçõezinhas chatas de agulhas, e bla bla bla. (que medo). Eu sou uma bobinha em relação a isso, nunca me acostumei e acredito que nunca irei me acostumar com essa monstrinha chamada agulha!!!


Bjs de amor,
Nay.

sábado, 27 de julho de 2013

Lagrimas de gratidão

  Todas as vezes que um milagre real é testemunhado, o ambiente do milagre se manifesta.
Todas as vezes que um desafio é lançado sobre você, você encontra força naqu Ele que nos acorda com um sopro de vida todos os dias.
 Mas uma vez aqu Ele que me surpreende me trouxe aqui pra anunciar os bem feitos que Ele tem feito em minha vida, e a oportunidade de mostrar a todos que Deus é tão real quanto o ar que respiramos.
Sim, todos esses dias me serviram para refletir que sem Ele eu realmente não sou nada. Eu precisei me reduzir ao nada, para ver que com Ele eu sou tudo.
 Todos os dias eu acordo devendo amor aqu Ele que me amou primeiro, Amor esse que foge do meu entendimento, Amor que me permite levantar e contemplar a plenitude do seu amor invadindo os meus pulmões, que me permite abri os olhos e encontrar a plenitude do seu poder ao sentir o meu coração pulsar.

Sim, esse Deus é tão real que faz meu coração queimar ao escutar o som dos passarinho voando. Ele é o mesmo que recebeu a oferta da viuva pobre, o mesmo que amou a prostitua. Ele é aquele que curou um cego e que ressucitou Lazaro, Ele é o que me curou. que me permitiu ler aquelas folhas dentro de uma sala de hospital e enxergar que HÁ UM TESOURO NA DOR.

 Todas as dores e desafios que foi confiado a mim, eu consegui encontrar um amor tão real. Pessoas de longe e de perto clamando pela cura. Pessoas sem nem mesmo acreditar que podia haver alguem escutando os seus pedidos. Pessoas sendo tocadas pelo poder daqu Ele que me transforma todos os dias e Deus não somente se fez real pra mim, como todas essas pessoas foram resgatadas por Ele. é, DEUS é realmente incrivel.

O vale me fez forte, fui provada na minha fé, mas Ele, o meu amigo, o meu papai segurou minha mão e nunca mais soltará. Ele se fez real nos momentos onde houve desespero, nos momentos mais inprovaveis. Ele usou desconhecidos para lembrar do seu zelo para comigo.

 Hoje posso dizer que por mais que as lutas tentem me afastar do Senhor, eu permaneci com Ele.
os tumores na minha cabeça foram combatidos com a radiação, os laudos determinaram a inexistência de células neoplasicas malignas, comprovando que Deus cura!

Eu não entendo porque o câncer foi e nem tampouco por que voltou. Deus não me prometeu todas as respostas, mas prometeu esta comigo nos momentos de dor. Eu estou feliz com tudo oque Ele tem feito, e não somente em minha vida, mas feliz em vê quantas pessoas tem se rendido ao amor daqu Ele que me curou. Feliz em contemplar milagres reais em tantas pessoas através de Jesus, que se entregou em amor a NÓS!


"Quem entre os deuses é semelhante a ti, Senhor?
Quem é semelhante a ti? Majestoso em santidade, terrível em feitos gloriosos, autor de maravilhas?" Êxodo 15:11

OBRIGADO JESUS, POR QUE EU SEI QUE MINHA CURA VEIO DO CÉU!


Amo todos vocês.



PS: Compartilhem, pessoas ainda precisam conhecer esse DEUS DE AMOR, QUE CURA E RESTAURA!

terça-feira, 4 de junho de 2013

Quinta PCI

Gente, não postei aqui no blog sobre quando eu me dirigi ao medicina nuclear pra realização da minha quinta PCI. e como muitos não sabem, eu tenho um diario em que foge de toda essa tecnologia. Isso!! um diario em que eu escrevo a propio punho. e estou aqui pra compartilhar uma pagina dele..

Relatos da ultima PCI ..

Quase três anos se passou desde a primeira vez do susto-cirurgia-dieta-radiodoterapia, e a vida tinha voltado ao seu curso normal, muitas coisas boas aconteceram desde então e o câncer parecia ter ficado tão longe... Mas chegou a hora da quinta PCI e as visitas aos médicos, os pedidos de exames e a expectativa da quinta PCI bateram a porta dizendo: ainda não acabou a maratona! Minha médica recomenda 4 PCI por ano a cada cinco anos, mas eu não queria nem pensar em passar pela dieta de novo. Não era o problema do sal, nem do exame (que não dói), nem das injeções de Thyrogem (que dóem), mas o problema era reviver novamente tudo ''aquilo'' que tinha ficado para trás. Procurei outras opniões porque conheço pessoas que não tiveram de fazer outras PCIs, mas as segunda opniões que procurei também recomendaram as proximas PCIs. Por segurança, por medo, não tive como ceder. Nessas horas a família tambem fica com receio, ''é melhor prevenir'', enfim... Lá vamos  nós. Tiramos o sal sem iodo da geladeira, ele tinha ficado lá nosso bom e velho sal  sem iodo. Fui ter uma consulta com a médica do medicina, e como essas coisas são engraçadas, o consultorio parecia tão diferente,  o médico parecia tão simpático (da primeira vez parecia um monstro), tudo parecia mais simples. É diferente quando não estamos na frente do desconhecido, é diferente quando não sentimos aquele medo da primeira vez. Então eu começei a ficar mais tranquila, percebi desta vez que pode ser diferente, pode ser mais leve, pode ser menos amendrontador. Claro que fica aquela sombra em cima da cabeça, pode ser que a PCI acuse alguma coisa... Depois que você descobre que não está imune as coisas más, aprende a ter ''respeito'' por essas coisas, sabe que, SIM, pode acontecer com a gente. Ninguem quer nem pensar nisso mamãe, papai, irmã ninguem quer considerar esta possibilidade, mas  a gente sabe que não há garantias. Mas então eu pensei, e se eu tiver alguma coisa? E se tiver, vai ser mais fácil, não vai ser mas o desconhecido, vai ser por Jesus. E isso tranquiliza. Começei a dieta no dia 01/04 e não me senti tão excluida do resto do mundo como me senti da primeira vez. Não sou nenhum alienígena, a dieta não é nenhum bicho de sete cabeças. Não sou diferente. Desta vez, estou apenas ''iodo free''...

OS: Amiga May, sua historia me inspira. Quanto amor, há em sua dor. é uma honra ter sua amizade.

 Obrigado, Jesus, porque ao receber-te recebi também visão espiritual e porque ao contemplar-te na minha dor estou sendo transformada com glória cada vez maior pelo poder do teu Espírito.


(2Corintios 3:16-18)


Muito amor pra vocês, saúde e força!

terça-feira, 21 de maio de 2013

Dia-a-dia da Nay



Queridos, eu estou novamente aqui pra falar como está sendo os meus dias.
 Como todos sabem, recebi uma noticia, não a mais agradável, mas a menos terrível e Glória ao Papai por isso. 
 Mas na verdade oque eu venho realmente falar,  é sobre como vai acontecer. Pois bem, eu entrei em uma dieta sem comidinhas gostosinhas, sem cores e sabores. Isso!! totalmente sem sal (uii) e terei que passar por isso durante os próximos 40 dias. Um ponto chato também, é que terei que ''cortar'' da minha rotina, um remedinho que me deixa ativa, bem ativa (Hahaha) que se chama Puran T4 e que equivale oque a minha tireoide produzia. sim, produzia, pois hoje não tenho mais esse orgão que era ''tomado'' por tumorzinhos malignos. A dificuldade de ficar sem tomar o remédio é que os efeitos colaterais são um tanto chatos, e começa a vir o sono, as dores nas pernas, a falta de força, os cabelinhos caem e muito, as expressões faciais são grosseiras, a voz é rouca e a fala é lenta, as pálpebras caem e os olhos e a face tornam-se inchados, há quem apresente  a síndrome do túnel do carpo, a qual produz formigamento ou dor nas mãos. A freqüência de pulso pode diminuir, as palmas das mãos e as plantas dos pés podem apresentar uma discreta coloração laranja (carotenemia). podem apresentar também confusão mental, esquecimento ou demência, sinais que podem ser facilmente confundidos como os da doença de Alzheimer ou de outras formas de demência.. são esses algum dos efeitos que pode acontecer quando o remédio é suspenso. Eu já estou no 5° dia sem tomar a medicação e durante os próximos 40 dias será assim, mas não tenho sentido esses efeitos colaterais, apenas a sonolência, as dores nas pernas, o cabelo caindo mais que o normal (rsrs) por que sempre  caiu mesmo, mas tudo muito suportável.. dai, no próximo mês eu serei internada pra virar a ''menina atomica'' haha, pra ingerir uma capsula radioativa e depois de tudo isso, sair do casulo novamente!!!

Bom, é mais ou menos isso que esta se passando comigo.
Obrigado pela dedicação de vocês, com toda a certeza a guerra é muito mais facil com a vontade de vocês em levarem meu nome ao Papai!


 See you later :*

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Há um tesouro na dor

Bem, esses dias retornei ao hospital por conta de dois nodulos que apareceram, um proximo a nuca e outro proximo ao ouvido ( região auricular), essa foi uma noticia não muito agradavél pois conhecendo como muitos me conhecem, agulhas eu quero elas muito longe de mim. A dr Fabiana disse que teria que puncionar esses nodulos pra saber oque havia dentro deles, e assim poder protocolar algo correto pra um tratamento eficaz. De imediato eu fiquei com muito medo, sabe aquele medo da dor? foi esse o meu medo. Medo da injeção entrando em minha cabeça sugando um pouco de sangue e liquido que haveria dentro desse nodulo. foi algo tão temivel e terrivel, eu começei a suar, um bombardeio em minha mente (aaaaiiiiiiiii).Então eu começei a aprender com a estória de um homem que era fiel a Deus e tinha um amor espotâneo pelo Papai e esse homem se chama Jó, o cara tinha riquezas materiais, tinha filhos que o amava, tinha uma esposa que também o amava, tinha uma familia unida e a parte mais linda disso tudo, Jó amava genuinamente o Senhor. Em meio a toda essa felicidade, Jó perdeu todos os seus filhos, seus bens, suas terras .. Sabe Jó perdeu tudo aquilo em que hoje julgamos ser tudo para nós, mas aquilo não era tudo para Jó, ele não perdeu o temor e o amor que tinha por Deus, Jó tinha tumores dos pés a cabeça sofria dores em que eu não consigo imaginar e em meio a todas as tempestades ainda assim Jó continuou fiel.
 Tenho visto tantas atitudes ''bizarras'' em  nosso dia-a-dia, pessoas ''correndo atrás do vento'', pensando apenas em si mesmas, e reclamando de coisas tão futeis que ainda não alcançaram, e isso me deixa tão triste pois eu me incluia nesse grupo de pessoas. Eu não precisava nem citar a estória de Jó, eu apenas podia citar  a historia daquela criança que você encontrou hoje de manhã pela rua e simplismente virou a cara e em seu pensamento a julgou, ou até mesmo daquele velho senhor que está na esquina do centro da cidade com fome e sem abrigo, ou daquele idoso que você abaixa a cabeça no onibos pra não ceder o seu lugar pra ele.. também poderia citar a estória de  uma criança com câncer que necessita tanto de seu sangue e você esta mais preocupado com o seu eu, a sua vida, o seu ''umbigo''! Hoje eu vejo que o meu sofrimento não chega ''aos pés'' de todo esse povo que passam por dificuldades sem conhecer a paternidade de  Deus, que conhecem apenas uma sociedade egocêntrica que fala de ajudar ao proximo, mas nem se quer ajuda a propia familia. Deus onde eu irei parar se eu não correr pro TEU coração? onde iremos se não é pra onde você quer que nos enviar? Depois de toda essa indignação que eu criei em vê o que eu não estava fazendo, Deus me fez enfrentar meus desafios diarios, e injeção na minha cabeça foi um desafio MUITO GRANDE, eu chorei, eu gritei de dor, mas eu entendi que Deus me ama e que está comigo. Eu entendi que eu sofro mas a mão de Deus me sustenta. Que o amor dEle é incondicional, e Ele deseja que todas essas pessoas que hoje sofrem saibam que Ele sofre junto de cada um, e que o sofrimento se torna menos doloroso com esse AMOR INCONDICIONAL!



Essa foto demonstra um pouco do que eu tenho aprendido com o Papai, eu estava com muita dor, mas eu escolhi sorrir, aprendi que o AMOR faz isso, nos torna leve como uma folha que cai da arvoré. Há um tesouro na dor...



Ps: Você que está lendo, eu amo vocês mas o amor de Deus é incomparavél. Que você possa sentir esse amor tocando o seu coração, a sua luta se tornará uma vitória!
Com muito amor,
                  Nay.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Genuinamente

06:03 a.m, ''Avistei o gigante'', despertador avisando que preciso levantar, dia da primeira injeção, primeiro dia de analise.. PCi  ..
   08:19 a.m Ansiedade, desespero, medo da dor ...
 Mamãe não está comigo, apenas o papai .. e Deus.. A caminho do medicina nuclear, meu coração palpita, medo da agulha e em minha mente um filme dos ultimos 2 anos..
10:28 a.m, Karine me chama e levo o papai comigo. Vejo as agulhas, olho pro meu pai, sinto o conforto de Deus.. o amor da Karine e da Michelle ( parte da equipe em que me trato), a agulha começa a perfurar .. dói.. dói tanto.. grito.. papai beija minha testa.. a dor permanece. Então lembro da cruz, as mãos do meu Jesus, os espinho perfurando o seu cranio ...
  Volto para casa, papai não está mais comigo.. a dor passa pro coração .. Como eu queria minha familia junta . dói .. dói .. Lembro de Deus, como Ele tem um anseio pelos seus filhos queridos.. muitos chegam a acreditar que Ele é apenas uma lenda.. o coração dEle dói ..
08:05 p.m, Meu coração ainda dói. O Papai me abraça, sinto o sEu amor invadindo o meu quarto, então eu choro.. posso escutar Ele bem pertinho.. eu choro ... Ele diz: Eu estou contigo.. Eu estou contigo.. e só então em paz eu deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança. Sl:4-8.